31 de outubro de 2015

Maria Margarida




Olival

27 de outubro de 2015

25 de outubro de 2015

Mel ides



2 Cintia M.S,

20 de outubro de 2015

Anubis




13 de outubro de 2015

Luaty Beirão


Este processo não foi fácil. Este processo transformou-me profundamente. Este trabalho não está aqui para ser comparado ou avaliado, porque teve de ser e foi o que quis ser sem mentalidade, prisões ou imposições. É livre. Um trabalho que serve essencialmente para chamar a atenção para o atentado, leia-se dissimulado antecipado maquiavélico, contra os direitos humanos. O Luaty Beirão está a cada momento numa entrega consciente a entregar a sua vida. Vai deixar uma filha. Uma menina que crescerá num mundo onde ele acredita poder ser um lugar melhor. Muito melhor. Por isso sonhou. Por isso lutou. Por isso foi preso.
Cansa continuar a ouvir a palavra activista tão parecida com terrorista e todos os istas que nos vão levando na corrente.
Sei que estou a jogar o jogo que alguém tão bem antecipou. Não existe inocência neste processo. Existem muitos culpados, talvez sejamos todos um bocado por tão eficazes na digestão de informação que nos tornamos. Vale tudo, passa, foi. Talvez agora isso pouco importe. Talvez seja hora de por de parte os talvez. Os silêncios envergonhados. Os outra coisa apadrinhados. Os não vi passou-me ao lado. Os não posso estou esquematizado. Como eu mesmo fiz. Vou fazendo, escondendo aflito refugiado protegido. Enganado.
Se conheci o Luaty? Não não o conheci pessoalmente. Conheço muitas, imensas pessoas com quem aprendi, amei, construí, ouvi, ri, bebi, cresci e dancei que o conhecem (como tu). E agora vejo chorar, ou nada dizer. Não subestimo, não há rancor, fiz o mesmo. Não faço mais. Porque, se existe razão que encontro antes de outra qualquer para que um homem como a inteligência e talento do Luaty se entregue à morte, é um desejo de um momento, um momento connosco, sem ruídos nem afastamentos, bem fundo, cá dentro em que nos questionemos realmente: Porquê? Porquê? E o que podemos fazer ou não fazer.
Revejo-me no Luaty. Meditando enquanto trabalhava conclui que faria o mesmo. Que outra opção? Preso? Um espírito livre? Preso? Por louco que possa parecer não é. A libertação do espírito do seu desejo, do seu sonho é o que está a fazer sejam quais forem os meios para o demover. E toca, toca-me muito. Mas atenção, existe quem o saiba muito bem mas continua. Continua persistente, ignorante, prepotente, alienado a querer ficar na história nem que seja com as mãos sujas. De sangue, porque balas são dólares, e dólares são petróleo e petróleo é a dívida que quantas mais gerações vão ter de pagar no Mundo inteiro?
Solar! Por Deus! Concórdia! Perdão!Aceitação! Equidade e Recomeço! Humanidade 2.0!
Não sei o que é melhor. Não sei o que é o pior. Julgo que como tantos estamos presos num não lugar. Sobrevivemos e bonitinhos vamos "vivendo". E cá dentro? Onde estamos? Para onde vamos? O que somos realmente? Tem mesmo de ser assim?
O mundo como o conhecemos está a desabar. É óbvio que nos estão a encomendar conflitos e mais conflitos porque alguém se tem de armar, outro alguém providenciar e outros, muitos, de morrer porque não têm outra hipótese? E a tecnologia? E o avanço da ciência? E nós até Marte para quê? Vamos canibalizar-nos até à pedra?? Não sei. Mas sei que assim não é o caminho. Talvez tenhamos entrado finalmente na fase dos porquês depois de termos aprendido a falar. -Porquê Papá, porquê Mama? Talvez se juntarmos todas as perguntas sem querer levar mais rápido, saber mais, mais campeão, mais vencedor, mais merda, mais nada, consigamos encontrar as respostas. O espírito de competição que nos enfiam desde o colo está a levar tudo para o fundo nesse sorriso idiota de quem avalia tão seguro quanto um meteorito em rota de colisão. Pão!
La Belle Verte. Utopia. Um dia. Novo Dia.
O Luaty Beirão passou a ser parte da minha vida. Um marco. Um exemplo. Uma referência que não me permitirei nunca esquecer seja qual for o seu tão nobre, tão Real destino, porque épico meu amor... é acordar!
Tenham um dia, mais um dia. Um Bom Dia.




Nemesis



100 x 150
Olival

11 de outubro de 2015

Fado


A Maria mãe de dois e construtora de violinos é minha amiga faz tempo e como voa.
Um dia de Abril ligou-me. A Maria gostava que lhe fizesse um retrato da sua avó. Envio-me uma fotografia bonita. Um retrato antigo da Celeste também Maria. Retrato. Na mesma mensagem, um link para um video. Se por um lado me surpreendeu que a avó da Maria canta-se o fado, por outro, que o canta-se com tanta alma, com tanta idade, com tanto fado. Maria Celeste Rebordão Rodrigues, disse-me, ser a mais velha interprete de fado e irmã de Amália. Fiquei estupefacto. Não sabia da existência de uma irmã de Amália, com um nome mais sonante e com uma voz tão única e ainda no activo. Viva! Espantou-me não o saber e que como eu, Celeste devia de ser do desconhecimento público pela sombra da sua defunta e panteonada irmã. Estranho. Negro. Pois claro, fado. Por tudo isto, num abraço de agradecimento aceitei o trabalho e uma impressão da fotografia da Celeste passou a ser um olhar cada vez mais assíduo no atelier. No dia 13 de Maio fiz um primeiro estudo que surgiu algo insólito. Um ponto de partida para a composição do quadro, julguei de início. Passou uma semana e depois de ouvir tocar o meu amigo Pedro Antunes numa reunião de amigos, considerei que a guitarra portuguesa não estava firme na primeira abordagem e iniciei o segundo retrato sobre uma folha vivida resgatada de moldura. Com dedicação dedilhada dei-o como terminado e compreendi que na análise dos dois estava mais perto do que pretendia para a minha representação. Uma soma. Sem anulação, na análise da dualidade senti falta de um terceiro trabalho que completa-se o meu retrato(s) da Celeste. Precisava de um terceiro momento que viu o seu início no encontro de uma porta lacada a negro entregue às vielas de Alfama que trazida comigo limpei. Passou tempo e de madrugada num processo de resgate quase arqueológico do acrílico em secagem, juntei ao volume o terceiro elemento. Assim, por devir e na interiorização da mudança que dai advém, retratei a Maria Celeste Rebordão Rodrigues em três peças que se devem manter unidas no desejo de irem um dia para o Museu do Fado.
Hoje celebram-se os 70 anos de carreira da Celeste que, do coração, espero que depois de uma vida de representação e entrega ao Fado, seja protegida, muito acarinhada, assumida como uma força viva e sem comparações: Única!
Diz que um dia destes vamos tomar um chá. Eu gosto da ideia, bem o merecemos.




Elemento 1
14,8 x 21 cm
Micron sobre papel de 220grs.


Elemento 2
31 x 40,1 cm
Acrílico e Micron sobre papel reutilizado.



Elemento 3
60 x 40 cm
Acrílico sobre porta lacada reutilizada.



***



Verso do terceiro elemento
.

4 de outubro de 2015

República




2 de outubro de 2015

Leitura de cordel



"Hello, 
I don't know if you remember but we've met on Miradouro da Senhra do Monte in Lisbon. I've seen your blog and drawings\paintings on facebook. They are great too. I've even dowloaded some of them on my computer and I'am using them as a wallpeper. I hope you don't mind. Everyone who see your drawings is impressed and I can say "I've met this artist personally". I must admit that after our conversation, while long journey to Poland I was talking with my friend about you. We both were impressed of your person, and your attitude to life. You have so much passion, satisfaction and joy from what you are doing that other people can only imagine of. I can't even describe it, I've just thought " wow, this man is able to do what he really wants, live his own life". Thats extraodinary in todays world. 
I' am sorry for such a weird message but I think I've never met such independent and "true" person. 
Karolina from Poland"

1 de outubro de 2015

Reflexão I


22 x 22