29 de outubro de 2022

23 de outubro de 2022

18 de outubro de 2022

Mulher Azul da Carlota

 


"Nos primeiros anos de escola lembro-me de me esconder atrás do meu talento e aptidão para a Arte de desenhar, pintar, cantar, dançar, e tudo o que permitia expressar a minha criatividade. Comecei a sentir vergonha por ser “boa” em algo. “Desenhar bem” fazia-me sentir diferente e várias vezes experienciar competição ou desdém, fez com que aquela criança, que continha em si uma incrível facilidade de se expressar pela arte, se fosse fechando na sua concha com medo de “ferir” os amigos e ser posta de parte.

E assim, a fonte mais sagrada do fluir da vida, a criatividade, se desvanece, dando lugar a bloqueios que influenciam pensamentos, palavras e acções.

Como esta história, existem tantas outras por aí. Vamos crescendo achando que fazer parte é ter que ser igual aos outros, aprendendo a fazer letras “bem feitas” e direitinhas num caderno de linhas verticais e azuis. Cheios de regras e conceitos do que é belo ou feio, do que é certo ou errado.

Recentemente, ao mostrar o meu trabalho e receber um feedback de comparação e competição, este sentir longínquo de criança veio ao de cima.
Observei o quanto aquele fantasma de ser “boa” ainda assombra o fluxo da minha expressão no mundo. O não me mostrar por completo por conta dessa memória..

Aceitarmo-nos como somos e a arte que fazemos, é um acto de amor com a própria vida. E o belo e o feio que vemos fora, são as partes que já aceitamos ou não dentro de nós.

Por isso continuo a criar. Pelo poder de cura que todo este processo já me proporcionou e por tudo o que já testemunhei ao facilitar e guiar espaços de transformação e cura pela arte com outros Seres. É poderoso e único.
É a minha medicina e servir com ela é trilhar o caminho do meu coração.

Não te escondas atrás daquilo que ainda te impede de sair da concha. A cura acontece caminhando.
Está lá fora um mundo inteiro à espera para te escutar. Salta. Voa. Expande.
Se quiseres a minha ajuda para esse salto, estou aqui ".

Marta Carvalho

 

 

17 de outubro de 2022

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