José Efe é um autor da cidade do Porto. E naturalmente por sugestão de um bom amigo de passagem visitou a Casa Amarela. E gostou. Saramaguiano e apartir do meu retrato do José abriu um precedente de conversa. Directa, sincera. Na despedida nessa noite, José Efe amarou a possibilidade de incluir no seu próximo lançamento “Porto Sem Filtro”, 11 ilustrações que para os 11 textos que o seu livro já em gráfica iria ter. Uma oportunidade, também para os 11 artistas residentes. Os 11 textos foram tirados por cada um e á sorte. Iustrações feitas e entregues, abraço e lançamento de um Porto Sem Filtro com poupa e circunstância no Progresso. Talvez pelo caudal do Douro ser menor que o do Tejo, a corrente afunila torna-se mais forte e mete respeito ver. Faz mais frio, trabalha-se que aquece. Com a pronúncia do Norte fala-se em construir e nesse instante começa a construção.
O livro “Porto Sem Filtro” é uma perspectiva de um escritor do Porto, de um fotógrafo do Porto (Gaspar de Jesus) e com interpretações ilustradas de onze ou doze criadores do mundo. Amarelos.
Segue-se o texto “Vanessa Perdigão” e a minha interpretação gráfica do mesmo.
“Vanessa Perdigão, uma rapariguinha de treze anos com um filho de sete meses é, hoje, uma precoce viúva. Oriunda de uma família de comerciantes com raizes na Andaluzia, trabalha com os seis irmãos, aos fins de semana, nas feiras da região do Porto e arredores. Nunca conheceu a mãe biológica. Em casa dormia na mesma cama com dois irmãos gémeos, um ano mais velhos, com quem passava as tardes a ver DVD para adultos. Poder-se-ia dizer que foi o amor à primeira vista! Juntaram-se tinha ele acabado de 14 anos. Porém, o idílo viria a ser breve e trágico. O rapaz, especialista em roubos de fio de cobre e viaturas, sofreu um acidente de mota, conduzida pelo irmão de dezassete anos. Ambos estavam sem capacete, tendo Lino morte imediata, após um choque frontal com um tractor no Castelo da Maia. Vanessa ainda chegou a frequentar o 2º ano. Era a melhor aluna nas actividades extra-curriculares: Educação Fisica e Xadrez. O filho e as tarefas domésticas não lhe permitiram continuar os estudos. Entretanto, casou de novo e a prole familiar aumentou. Vanessa Perdigão gstaria de ter sete filhos - em homenagem a Lino - , o número que ele ostentava na camisola quando era jogador nos juvenis do Pasteleira.”
25 Novembro 2011
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Cela 3