Só depois de secas as sementes voam.
(...)
Todas as sementes que cruzam os ares, todo esse intenso tráfego aéreo,
é movido por uma necessidade absoluta,
dirige-se sem intenção própria, mas com surpreendente sensibilidade,
respondendo à mais ligeira aragem, lendo as mais ínfimas diferenças de pressão, reagindo à
luminosidade,
à temperatura...
(...)
Na semente que voa, é o equilíbrio entre o peso do grão que tende a descer e a sensibilidade da asa
que tende a subir, que realiza o voo.
Se a asa não tivesse lastro, elevar-se-ia como a labareda.
Se o lastro não tivesse asa cairia como a chuva.
(...)
Manuel Zimbro
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