2021.
Acrílica sobre tela. 100x100.
Passos pequenos, superfícies enormes. Formas veladas
sobrepostas, juntas, conectadas por desejo firmado em sonho. Um processo de
acrílica pintura que na sua progressão foi lenta e livre fruiu cada momento e
gesto como espelho. Na revelação, no encontro do limite da sugestão das
distintas leituras, no toque e interacção de cada tonalidade e volume, fluxo,
fracturas, dobragens, quedas, ascensão, equilíbrios sinuosos, lucidez e
verticalidade. Densidade caleidoscópica onde sutis graus de desfazamento antecipam
um novo lugar. Flexíveis padrões de movimento que convergem num encadeamento de
reinvenção que dissolve tempo com vagar. Beleza. Natural linguagem, que
integrando todos os mecanismos de hibridação anteriores, paradoxalmente os
anula num pulsar inocente que, como um recém nascido, vem envolto na
diversidade de combinações que ele próprio gera. Composição dinâmica que
consolida a progressão de cada posição que a antecede na abertura de um espaço
para a frente em projecção de futuro, só futuro, que soltando amarras, tudo
perdoa, confiando por compaixão à luz de um amor universal que avança sem
percas nem competição. Natural reflexo, combinado com humilde contemplação,
integrada no encontro do amor na busca da sua essência. Passos pequenos, superfícies enormes.
A Canção da Borboleta, quando rodada no sentido inverso dos
ponteiros, devolve quatro composições:
Prelúdio. Entrega. Caudal e Concórdia.
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Song of the Butterfly
2021
Tiny little steps, gigantic surfaces. Overlapping glazed
shapes, connected together by desire writen in a dream. A painting process that
slowly and freely engaged each moment and gesture as a mirror meeting the eyes
of the observer, in the touch and interaction of each tonality and volume,
flow, fractures, folds, falls, ascent, sinuous balances, lucidity and vertical
presence. A kaleidoscopic density where subtle curtines of lectures anticipate
a new structure. Flexible patterns of movement used in a chain of reinvention
that embraces time slowly dissolving it.
Beauty. Natural language, which, by integrating all the previous
hybridization mechanisms, paradoxically deletes them out in an innocent pulse
that, like a newborn, comes involved in the diversity of combinations that it
self generates. A composition that resume each moment that precedes it, opening
a space forward, projecting the future,
only future free from ties with the past, forgiving, trusting with compassion
in the light of universal love that evolves without loss or competition.
Natural reflex, combined with humble contemplation integrated trought the
re-encounter of love in search of its essence. Small steps, gigantic surfaces.
The Butterfly Song, when rotated clockwise, returns to
observation four compositions:
Prelude. Concord. Flow and Delivery.