1 de abril de 2022

Matutino


Na tempestade das dúvidas, no conflito interno com o medo e desespero, na torrente de gorar a responsabilidade e expectativas que projetamos acordei cansado sem me lembrar dos sonhos...
Porém, no reconhecimento da fragilidade das nossas inquietações uma força se levanta, superamos-nos e transcendemos, disso eu sei. A coragem advém do coração, vem do ímpeto de querer viver, inflama a chama da vida, eleva-se por ela e é na entrega, no apoio mutual, na libertação do engenho criativo perante a adversidade que muitas vezes nos encontramos, que investimos o que somos mesmo e mostramos de que somos feitos. Só acredito numa melhor versão de nós mesmos que num espaço de reconhecimento se supera despido de arma duras máscaras. Reconhecendo em verdade o erro, é na compaixão que abraçamos a nossa criança ferida que validamos no resgate. Um regresso ao conhecimento de quem somos requer vagar e entrega a um simples porvir de extraordinária normalidade. Só no apaziguar da compreensão do ego podemos dobrar cabos para novos e imensos oceanos de cooperação e entendimento. Acredito em concórdia como na escuta, e, acredito nessa música por acreditar na dança do folgo compassado no desígnio do teu gesto. Gentil reacção natural na motricidade do contingente solto por livre arbítrio na celebração de uma liberdade eminente. Nossa mãe também de Terra nos proteja e por nós olhe complacente. Gratidão é força sagrada por advir de vida pela vida criação. Vem de longe e connosco nasce protegida pela árvore da vida que transportamos para as futuras gerações. Protecção. Todo o cuidar, todo o amor entregue e recebido, todo o sangue derramado, os rios de lágrimas vertidos são o legado que carregamos, a transferência que elevamos para as futuras gerações. Somos a origem que honra o passado e com conhecimento perdoa sem ódio e progride em amor ao acordar.

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