2205. Salas. Conce.
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21 de junho de 2013
17 de junho de 2013
16 de junho de 2013
de secret
:
...a realidade nos seus detalhes,
nuances e sugestões comunica contigo.
No momento em que essa porta se abre, o
teu caminho assume um sentido cuja direcção não tem certo, não tem errado.
Melhor e pior deixam de existir, não têm lugar porque dão lugar á mais pura
liberdade. Os passos passam a ser dados com base num livre arbítrio apenas
guiado por e pela beleza da criação. Interpretar ou criar com base neste
pressuposto consiste numa imesurável possibilidade de libertação. Prazer na
simples existência, na contemplação. A arte, enquanto manifestação criativa
superior é um reflexo da energia que nos envolve e materializa. Neste lugar,
criar passa a ser um meio de reflectir a nossa humanidade. Somos antenas que
damos flor e fruto com a cor e com o sabor do que respiramos. Ou não.
Na comprensão e vivência deste paradigma
reside uma forma de estar neste plano onde se encontra um olhar sobre todas as
manifestações naturais e humanas.
Olhar atentamente, intuir e reflectir sobre o
que nos é dado, é, e sempre será, a base da melhor das opções. A tua.
___
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…reality in its details, shades and suggestions communicates with
you. The moment that door opens, your path takes on a meaning whose
direction is neither right nor wrong. Better and worse cease to exist, competition
have no place because and give way a pure form of freedom. Steps are
gradually taken on the basis of a free will only guided by the beauty of
the creative process and exercised in its name option after option.
To interpret or create art taking this assumption as a starting point
opens the way for endless possibilities of connexion. Taking pleasure from
existence, in the simplicity of contemplation. Art, as a higher creative
expression, reflects the energy that involves us and materializes us.
Here, to engage in the creative process becomes a form of reflecting our
humanity. We are antennae that flower and fruit with the colour and taste of
what we breathe.
In understanding and experiencing this paradigm lies a way of life in
this plane of existence where we find a gaze upon all natural and human
manifestations. To gaze attentively, to intuit and reflect about what is
given to us is and always will be the basis for the best of choices. Yours.
10 de junho de 2013
Grotugal
Grotugal
200 x 73 cm
Técnica mista sobre porta de roupeiro sueco reutilizada vezes sem conta.
Grotugal é um reflexo do estado da arte de Portugal: Grotesco.
Em Portugal, o dia 10 de Junho era o de Camões, foi o de Portugal e agora é o das comunidades. Monetáriamente comuns.
Em Portugal, comunicar significa pagar mais que qualquer
outra pessoa de um estado europeu por um acto que leva ao desenvolvimento
económico, inter-relacional, profissional e humano.
Em Portugal, o combustível necessário para um
desenvolvimento económico não baixa em função do valor de aquisição da
matéria-prima mas aumenta em função de uma estratégia de controlo social e
lucro fácil.
Em Portugal contrariam-se 800 anos de história de
independência escritos com o sangue de dezenas de gerações de portugueses.
Em Portugal a cultura é abafada como despesa supérflua e um
Ministério com essa pasta foi um corte orçamental e um sector fundamental para
o desenvolvimento da entidade, criatividade e desenvolvimento social de um país
é uma incógnita á deriva.
Em Portugal a maioria da população está contra as medidas do
Governo para fazer frente á situação de bancarrota decretada pelo Banco Central
Europeu, e não existe a capacidade de organização e mobilização do povo para
levar a cabo um boicote ao sistema partidário, e implementar um novo conceito
de gestão do país que defenda justa e directamente os interesses do se povo bem
como o seu enquadramento no mundo através de uma política externa lógica e
eficiente.
Em Portugal a criminalidade política e os casos de corrupção
são mastigados por uma retórica tão apaixonada que levam a uma adormecida luta
no sofá.
Em Portugal, desenvolve-se um esforço intelectual
considerável a discutir mais um desnecessário acordo ortográfico cuja
implementação não só nos afasta da raiz latina da nossa língua, como deixa
muito bem ocupadas muitas cabeças que podiam estar a pensar e escrever sobre
questões que acrescentassem realmente algo importante.
Em Portugal a ética, a verdade, o relacionamento humano e
direitos de cidadania essenciais definham como reflexo das medidas de
austeridade.
Em Portugal, o real valor de uma palavra de honra, do aperto
de mão e do abraço estão em risco de contrair gripe de uma estirpe
cientificamente muito complexa.
Em Portugal, proibiram-se e controlam-se as produções
caseiras que estavam na base da subsistência, da praticamente inexistente
população rural. Linhagens de conhecimento ancestral de produção terminaram
para dar lugar a superfícies que vendem alternativas produzidas industrialmente
e quase sempre com distancias de transporte em nada sustentáveis.
Em Portugal, como num tubo de ensaio, é aplicada uma
estratégia de anexação económica que está desenhada á muito tempo e com
predadores e presas bem definidos.
Em Portugal, ainda não se compreendeu que a maioria das
doenças degenerativas derivam da contenção de instintos básicos, de impulsos
e necessidades que foram afastadas por
necessidades que foram criadas visando a capacidade de escoamento de mercados.
Visa?
Em Portugal, os erros e atribuição de culpa cometidos no
passado continuam a ser o tema de conversa que impede o debate de soluções para
o futuro.
Em Portugal, o planeamento, o património, e a gestão do
território natural é uma incógnita em chamas todos os verões.
Em Portugal, nos dias que correm, ter a coragem ou a
surpresa de se ser pai, significa contribuir, ainda em gestação, com um devedor
de 20.000 €.
Em Portugal, vende-se o país quando faz calor e demonstra-se
«conhecimento de causa» quando se refere em conversa fresquinha a expressão silly-season.
Em Portugal, o mais, o menos, o melhor e o pior, o certo e o
errado são incutidos desde bem cedo para não deixar margem para só ser, só
acreditar, só experimentar e questionar livremente. A competição é uma
disciplina obrigatória e quem não tem aproveitamento está «condenado a varrer
ruas».
Em Portugal, ainda está por perceber, que quem varre as ruas
tem o poder nas suas mãos porque se fizerem greve não adianta ter motorista,
guarda costas ou o corpo de intervenção, porque a merda que fazemos ao consumir tudo o que não precisamos vai entrar
pela janela num cenário de Deus nos acuda.
Em Portugal, o mestre Carlos Paredes ou vendia drogas muito
boas, vivia de rendimentos, dava aulas de música, seguia para Marte com bilhete
só de ida, ou foi escriturário toda a sua vida.
Em Portugal, ainda se confunde expressão artística com
quadros bem bonitos que ficam um luxo com os cortinados da sala.
Em Portugal defender a bandeira nacional e cantar o hino sem
conotações idiotas só é possível quando joga a selecção.
Em Portugal, os outrora heróis do mar fazem publicidade a
produtos bancários e shampoos anti-caspa, o seu corte de cabelo é destacado nos
jornais e a total ausência de responsabilidade social brilha em colecções de
automóveis cujo valor ultrapassa velozmente alguns anos de alimentação e ensino
de todas as crianças que vivem em condições miseráveis no bem bonito jardim do
arquipélago da Madeira.
Portugal vendeu a sua energia a um grupo chinês. É portanto normal
que cada cidadão quando acende a luz contribua mensalmente para o plano de alargamento económico
asiático e siga a dança.
Portugal foi «competitivamente» viciado em doutores para que
a capacidade de resposta através dos seus recursos naturais se torna-se num
estigma social.
Em Portugal engolem-se
medicamentos por tudo e por nada, mas está-se bem, faz solinho.
Em Portugal, a portagem da ponte 25 de Abril ainda continua e
aumentou porque a manutenção é muito cara sobretudo quando o povo se mobiliza em descontentamento em frente da
policia de intervenção ao serviço da privatização.
Em Portugal, nascemos e crescemos em cenário de «crise»
desde que existe açorda e dai se conclui que não pode haver melhor
justificação para atentar contra a vivência de um povo e que alimentar essa
ideia é uma perca de tempo em detrimento de soluções concretas e alternativas.
Em Portugal ainda se vive das aparências quando não se têm
soluções.
Em Portugal toda a gente tem uma boa solução para tudo quando
está deitado a apanhar Sol mas a realidade é um pranto cheio de sombra.
Estar em Portugal tornou-se doentio porque o adormecimento e
apatia das pessoas é cultivado sem escrúpulos por uma programada comunicação social
a serviço de um governo (des)controlado pela finança mundial.
Em Portugal todas as pessoas da minha geração podia ter
escrito este texto mas não o fazem porque estão demasiado ocupados com a sua
sobrevivência num clima cravejado de medo.
Em Portugal, a dinâmica, a perseverança, a criatividade, o
reconhecimento e o sonho são vulgarmente a inveja de alguém.
Em Portugal, ser artista é nascer rico, ser louco, marginal,
ganhar a sorte maior, ter tido reconhecimento e visibilidade além fronteiras ou
ter morrido.
Em Portugal, ainda se escrevem nomes de ego hip nas paredes
e sem mais que isso se contribui para uma distante visão pop que justifica
gastos estúpidos em brigadas anti-graffiti.
Em Portugal, a massa crítica é inexistente ou previsível e
quase sempre desencadeada por quem trocou as regras do jogo e com ele lucra
aparências.
Em Portugal, ser jornalista é trabalhar para um grupo de
manutenção de poder, esquecer a investigação e a pesquisa que serve o interesse
público, ou trabalhar na restauração.
Em Portugal, enquanto a Islândia saia para a rua para exigir
um modelo político para e do povo bem como a prisão dos culpados que levaram o
país a uma dívida sem precedentes, nós viamos três telenovelas seguidas de um
filme americano cheio de medo a começar pela noite a dentro.
Em Portugal, foi posto no circo da Presidência da República um
economista que levou ao abate de frotas e desbaratou as cotas de pesca de um Atlântico
que, desde que o tempo é tempo, alimenta as raízes do país que preside.
Em Portugal, a classe política, refinadamente, substituiu
ego e poder por coragem e povo.
Em Portugal, o fato e a gravata tornaram-se na arma do
ladrão e continuam a meter mais respeito que um fato de macaco com as nódoas de
trabalho.
Em Portugal, é impossível fazer 100 metros na cidade sem se
ser repetidamente agredido por layouts com publicidade, mas os tags dos putos
estão "mal muito mal e são uma porcaria sem jeito nenhum".
Em Portugal, mistura-se muito bem: arte, contemporaneidade, plasticidade,
conceitos, textura, estética, semiótica, edição e vivência artística com bués
de likes.
Em Portugal, parece ainda ser uma estranha questão a de que
a Humanidade vive um momento de profunda mudança relativamente á forma como se
enquadra global, social, pessoal e espiritual sem mente.
Em Portugal, festejou-se a construção de estádios e grita-mos
Euro!! a maior dívida externa contraída pelo país, e tivemos quase lá, mas
campeões foram num acaso os que estão agora gregos na Grécia.
Em Portugal, ajusta-se a data da manifestação, acerta-se a
combinação, e adia-se a necessária mobilização, porque amanhã joga outra vez
para a Taça de cheio o meu implacável Benfica.
Em Portugal, educação, entre-ajuda, honestidade,
gentilidade, verdade e camaradagem são um incompreensível e perigoso
comportamento.
Em Portugal, o fado da vida dos outros e a mesquinhês é
ainda o melhor dos bálsamos para o esquecimento e sobreposição do nosso.
Em Portugal, fomos levados a esquecer que a Europa sempre
esteve mais longe do que unida e de que os pasteís de Belém vêm com canela
desde sempre.
Em Portugal, karma e shakras ainda são considerados produtos
gourmée ou derivados de arroz xau-xau.
Em Portugal, quem descontou toda a vida para uma
"Segurança Social", quando necessitar de assegurar a sua
sobrevivência conclui que o estado social planeado na fusão de todas as caixas
de previdência que funcionavam foi roubado por gestão criminosa.
Em Portugal, a justiça ainda tarda e muitas vezes falha.
Em Portugal, morreu um rei na praça para nunca mais acordar,
as revoluções são feitas em paz, com cravos e na hora certa da chegada de um
comboio carregado de boas intenções importadas.
Em Portugal, somos anfitriões de pessoas de todo o Mundo que
juram quase sempre voltar e voltam, mas esquecemos-nos disso com
diligente assiduidade.
Em Portugal, são educados por um sistema pago pelo povo,
milhares de profissionais que são exportados e fazem a diferença em todo o
mundo.
Em Portugal, o subsídio de desemprego mais umas por fora
ainda é motivo de orgulho porque está calor.
Em Portugal a ausência de alternativas e capacidade de resposta
está ser perigosamente assimilada pelas gerações mais novas.
Em Portugal, a classe universitária não se pronúncia sobre o
afundamento do mercado de trabalho que supostamente vai integrar, porque está
praxadamente embriagada com as fitas das queimas das mulheres gordas que não lhes convêem.
Em Portugal, paga-se bem caro os erros de cálculo de corpos
de administração de bancos em bancarrota e os responsáveis seguem impunes o
investimento nos políticos de todas as cores que patrocinaram nas eleições.
Em Portugal, ainda se debate que um partido pode vir a ser
melhor que o outro sem que se entenda que o Parlamento é uma central de negócio
e que democracia tem de ser isso mesmo mas virou mentira demagógica.
Em Portugal, os velhos são só velhos e as suas memórias e
sabedoria não são aproveitadas no auxílio da educação dos mais novos.
Em Portugal, mudar dá muito trabalho e pode até ser um atentado contra a segurança de estado.
Em Portugal, mudar dá muito trabalho e pode até ser um atentado contra a segurança de estado.
Em Portugal, as escutas telefónicas e a análise de dados
confidenciais serve para controlar, antecipar e indicar estatisticamente
padrões de comportamento social e de consumo.
Em Portugal, eu temia pela minha integridade se publica-se
este texto.
Em Portugal, eu estou onde nasci e em Liberdade cresci, onde
está a minha família, onde conecto com as minhas origens e tribo. Mas não
chegou.
Em Portugal, eu dei o meu melhor durante muitos anos mas essa questão de nada serviu para me congelarem contas bancárias e me tentarem converter a uma vida miserável sem qualquer nexo, não conseguiram, sou mais que um número, sou português e amo demasiado o meu país para ficar "normalmente" sedado a ver chefes de familia sem solução a chorar na rua.
Em Portugal, a hipócrita normalidade apática tornou-se no peso insustentável de quem tem de ir ou estagna.
Longe de Portugal, descarreguei aqui o que me prendia. Mas também é
nesta distância e na adaptação que sinto e torno viva toda a herança cultural que me corre no sangue. Com muito pouco, temos uma incomparável bagagem humana. É, não de menos, o que realmente possuimos, uma humanidade, integração e compressão de outras culturas que consiste no maior dos legados, e que não pode, não deve nem será nunca ser
esquecida, porque dai advém tudo o que podemos vir a ter sem que nos condenem a ser parte integrante de um plano anexo. E mudo.
Arco
Praça do Comércio
25 de Abril, 2013
A aprendizagem retirada apartir da execução contra relógio de todos os stencil sobre o tapume é uma história debaixo de muita chuva, vento, directas, persistência e crença na restauração do Arco, da Rua Augusta.
Agradecimentos muitos, ao Rui, ao Tenro ou nadava, á Susana Comparada, á Anabela Fontes e a todo o pessoal da Spray que demarca um profissionalismo que faz a diferença e acreditou até lá estar. A Todos Um Abraço.
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