Que o Mário Belém é um excelente ilustrador toda a gente sabe, ou deveria de saber, que a sua nova paixão são latas, murais e paredes esse é um dado novo que certamente trará água pela barba. E que vai no próximo dia 7 de Março na Montana ao Bairro Alto fazer uma exposição é a cereja no topo do bolo que trará certamente um sabor do que poderá a vir a ser trabalhado numa escala mais visível.
Segue sem espinhas pequenina a sua biografia e por si mesmo.
"Mário Belém: a minha biografia por mim:
Faço desenhos desde que me lembro. Costumava desenhar muitos Snoopys e muitos Mickeys.
O meu primeiro trabalho regular foi a fazer uma banda desenhada para uma revista de Bodyboard. Foi giro mas acabei por me cansar de desenhar sempre no mesmo estilo.
Mais ou menos na mesma altura fui trabalhar uns tempos com um (grande) senhor chamado Zozimo, que pinta capacetes. Foi ai que aprendi que para fazer um bom desenho é preciso suar.
Armado em esperto decidi ir para a Faculdade de Arquitectura e odiei. Foi ai que descobri que não tinha muito jeito para desenhar porcas e parafusos, e que deixava sempre as folhas de desenho cheias de dedadas (ainda deixo).
Tirei um curso de Design Gráfico no Ar.Co e gostei. Gostei do que o design nos ensina, de (alguns) professores, gostei dos meus colegas (que eram todos umas personagens), sobretudo gostei da carga horária que era tão reduzida que deu para começar a trabalhar ao mesmo tempo.
A seguir trabalhei com um (mais um grande) senhor chamado José Bandeira, que é das pessoas que conheço que melhor desenha. Fazíamos sites e outras coisas malucas. Foi ele que me ensinou a usar uma caneta digital (a minha fiel companheira do dia a dia).
(Gosto muito de usar parêntesis, também adoro livros com notas de rodapé).
Depois de uns tempos a trabalhar sozinho, fundei o thestudio com dois sócios, o André Ribeiro e o Juan Carmona. Fizemos vários projectos muito giros e vários projectos assim não tão giros, foi por ai que se fez claro que há projectos que se usam para colocar no portfolio e outros, que assim que os acabamos, os guardamos na gaveta.
Hoje em dia trabalho como freelancer e faço um pouco de tudo, desde trabalho comercial para agências de publicidade a capas de CD. O que gosto mesmo de fazer são os trabalhos pessoais, para o umbigo.
Gosto de experimentar trabalhar em novos estilos, traços e materiais (já me entalei mais que uma vez por achar que consigo desenhar qualquer coisa).
Há dois ou três anos decidi que estava farto de fazer trabalhos só no ecrã, porque saiam sempre limpinhos demais. Enchi-me de coragem e voltei a aprender a desenhar à mão (foi muito mais dificil do que eu alguma vez imaginei).
Um dia a andar em Lisboa passei por um prédio muito grande, pintado com um mural lindo, parei e pensei "é isto que eu quero fazer!". Sempre que posso faço-me rodear de latas de spray, rolos de tinta e roupa toda suja. Ainda tenho que aprender muiiiiita coisa (fazer uma linha direita com um spray não é a mesma coisa que fazer uma linha direita com um lápis). Um dia destes vou pintar um prédio muito grande, vão ver…
Tenho vindo a perceber que o meu trabalho provoca reacções extremas nas pessoas, há quem goste e há quem deteste. Desde que me dêem oportunidade de fazer coisas coloridas sou feliz.
Já me perguntaram uma série de vezes "porque é que não vais lá para fora?", respondo sempre "porque adoro isto (pá)!"
Um brinde ao Mário que está cheio de atitude e é feliz.
27 de fevereiro de 2013
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário