No passado ano quando os
dias começaram a ficar maiores ocorreu um convite na forma de um simpático
desafio por parte da Isabel Valverde para fazer o registo de uma sessão de
contaco de improvisação. Uma jam que iria decorrer numa praia. Aceitei e confrontei-me
com algumas das mais belas insólitas e inesperadas visões de que tenho memória.
Testemunhei cerca de duas dezenas de pessoas em fusão com a praia onde estavam.
Eram rocha, areia, Sol, sal e água vivos numa dança lenta plácida conectada. Os
seus corpos pareciam elevar-se numa lenta dança de cadência de ondas brisa e
som areia fusão, uma espécie de yoga dinâmico, butoh, greco-romana, imitação
animal, tai-chi… Como seres da praia visitantes ora do mar ora da terra todos
acabaram por transportar de dentro de si a envolvência sensorial das texturas,
da temperatura, do toque e permuta, das ondas e brisa. Nada de perto, nunca
tinha visto nada assim. Babei. Bebi.
Perante este
enquadramento pus a máquina fotográfica de lado e sendo o único “não
participante” remeti-me para o mais incógnito possível e efectuei vários filme. Volvidos a casa depois de um jantar onde foi
partilhada a experiência de cada um e depois da visão dos ficheiros realizamos que
uma sessão de contacto é uma plataforma de exploração física e mental. Uma forma
real de conexão com o espaço e energia envolventes, com o corpo e com a mente,
com recepção e entrega. Uma dança de conexão abstracta fluida natural. Uma
passagem cuja interpretação é em tudo livre.
E foi tendo por base esta
experiência inicial, que levou a um contacto mais próximo com a Isabel e com os
seus múltiplos projectos, que surgiu a ideia de levar ao cabo uma experiência
de contacto integrando outras variáveis. Indoor, som e tinta. Os participantes
para além da experiência do contacto, poderiam ser tinta, matéria bem como meio
directo de contacto e pintura sobre uma grande tela. O desafio foi lançado.
Todas as variáveis necessárias a que se desse combinaram numa única sessão de
contacto, a primeira. Com apenas dois participantes, eu, Isabel e a Cristina
Martins, que não só testemunhou como assistiu ao filme e fotografia.
Enquanto participante
posso acrescentar que a experiência física e sensorial foram envolvidas por uma
experiência visual que teve e naturalmente terá influência no futuro da minha
pintura e desenho. Do sentir, do ver e Da dança.
As paisagens sonoras que auxiliaram
a projectar esta experiência para um intensa celebração de vida e criatividade
dinâmica foram alguns dos sets concebidos pelo meu bem amigo Martim Martins
(a.k.a. M&M) Meu querido, mais uma vez, muitObrigado!
Na espectativa de um reencontro,
segue uma selecção de imagens e a esperança da próxima para breve sessão. Breve.
Espaço Algo. aZoia
7 7 2012
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