26 de março de 2007
Memory Card
António de Oliveira Salazar ganhou a eleição do programa de televisão "Os Grandes Portugueses" com uns expressivos 41%. E eu, enquanto artista, cidadão, palhaço e fotógrafo, e naturalmente, com a preciosa ajuda do macaquinho, gostei. E compreendi.
Não votei. Porque é caro e votar deve ser sempre de borla. Mas se o fizesse, votava em quem já desconfiava que viria a ganhar, isto é, o Toni.
Enquanto português, Salazar demonstrou sempre e em tudo o que fazia um espírito patriótico indiscutível. Toda a sua obra, personalidade, postura e decisão política nacional e internacional são o reflexo de uma luta de interesses e decisões sempre em prol de Portugal e dos interesses da nação. Continental e Ultramarina. Não em prol de grupos e partidarismos, de lobbys a crédito e favores.
No dia 11 de Outubro de 2005, sem saber o que se iria agora passar, realizei uma mostra de trabalho apolítica a que chamei Recycled Conspiracy. Durante a mesma, utilizei um stencil que concebi apartir de uma das fotografias de Salazar. Uma celebração de criatividade e liberdade de expressão (em oposição á que não havia), numa noite onde se debateu e pensou de forma verdadeiramente democrática. O stencil e os cartões ficaram. Porque só pensando, sentindo e avaliando o passado é possível projectar um futuro. Viva Portugal. Viva a cultura e História. Que se recicle! Que se estude e projecte criativamente além fronteiras. "É só o que temos", para além dos campos de golfe é claro!
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22 comentários:
Um grande patriota sempre em prol de Portugal e interesses da nação?
Numa altura em que nos querem fazer crer que o fascismo nunca existiu, e que Salazar era apenas "autoritário", em que nos tentam, a nós q não o vivemos, ao dizer que "naquela altura é que era".
Para te reavivar a memória Rui, o braço mais sinistro de Salazar, a PIDE-DGS, bem como outros braços armados do fascismo, perseguiram, torturaram e assassinaram muitos portugueses patriotas e os seus responsáveis e agentes nunca foram punidos nem sequer julgados. Um homem q isola o país do resto do mundo, como fez, para evitar q fossemos expostos a uma guerra mundial, mas q nos envia para outra igualmente dissecante como foi o ultramar. Para q pudesse controlar tudo, não só a economia estável do país q tanto se grita agora por ai, mas q o faz controlando cada um de nós?! limitando o pensamento. a vontade. as ideias. perseguindo. torturando. assassinando.
Tu, que penso eu, prezas tanto a liberdade deverias insugir-te contra este tipo de manifestações. ou até assistires. mas nunca juntares-te.
Um grande português não pode nunca ser um assassino e um castrador do próprio povo e país! Nunca. Marcar Portugal marcou, mas não pelas melhores razões e isso não faz dele, nem um grande português, nem um grande patriota e muito menos um grande ser humano. Faz dele, sim, um grande ditador.
Sem querer ser defensor do dito, sou levado a dizer a senhora Sana que ela própria, se torna castradora no seu discurso, pois a sua censura a este post do Devir é na sua génese o mesmo que diz querer combater...CENSURA!!!
A vitória de Salazar é antes demais um cartão vermelho à desgovernação, à corrupção, ao compadrio, aos boys, aos Presidentes de Junta e afins, á informação previligiada sobre onde ese iria construir o novo aeroporto que permite a alguns democratas enriquecer, ao Valium que a televisão debita diariamente para manter a hipnose colectiva mais conhecida por fenómeno carneirístico, aos ditos defensores da liberdade que na realidade defendem apenas a sua liberdade, pois não respeitam uma ideia diferente...
Para se ser defensor da liberdade temos de respeitar opiniões, por mais que com elas não concordemos. Muitos que se dizem defensores da Liberdade, são os primeiros a negá-la...relembro uma frase de Jesus quando populares de preparavam para apedrejar uma mulher " Quem nunca pecou que atire a primeira Pedra"...
Sana, a Rússia, dita mãe do Comunismo, também oprimiu quem se opunha ao regime vigente, enviando os ditos não para o Tarrafal, mas sim para a Sibéria!!!
Não podemos defender a liberdade por partidos, clubes ou politiquices...pois se assim for já não somos livres...
Viva a Ota!! Viva a liberdade!
Eu vivo no Rego [não é esse!! É aquele ao pé da praça de Espanha] e tenho Boeings [adoro o som desta palavra :] incrivelmente barulhentos a passar de 15 em 15 minutos por cima da minha cabeça. Se me puser em bicos dos pés toco nos aviões! Isto porque o Sr. Salazar amigo do povo construiu este aeroporto a 5 minutos do centro da cidade. Mas como é que alguém pode ser contra a OTA pelamordedeus?????? Pensem em Heatrow, Gatwick, Madrid, Barcelona ou em qualquer outra cidade evoluída, civilizada e livre.
Para além da repressão urbana, social, política, moral e religiosa... e do imbecil do Lápis Azul que proibia qualquer manifestação intelectual “perigosa” – filmes, livros, musicas, peças de teatro, pintura, escultura, tudo tudo tudo – o nosso querido Salazar impôs ao pais 60 por cento de analfabetismo numa altura em que já toda a Europa sabia ler e escrever.
As notícias que vemos nos jornais nos dias de hoje sobre países como a Birmânia, por exemplo, eram as notícias que apareciam, na altura, na imprensa estrangeira sobre Portugal. Depois dos Doors, dos Beatles e de o Armstrong ter ido à LUA, ninguém acreditava que se pudesse descer tão baixo, num pais alegadamente ocidental. Mas nós descemos!!! Orgulhosamente sós! Era o interesse nacional??
Se isto fosse um pais a sério, o Salazar tinha levado um tiro nos cornos, ou tinha morrido às escondidas no exílio [oh era lindo não era?], porque ninguém o tinha aturado tanto tempo. Mas somos de brandos costumes, e a coisa fez-se com um PREC – período revolucionário que [no fundo nunca esteve] em curso.
Mas já chega de discurso e politiquices de merda (odeio dizer asneiras mas hoje teve de ser: vocês estão a pedi-las fogo!) em vez disso deixo aqui uma coisinha de nada, uma merdice de um poeta que não vale um chavo, sobretudo à frente desse grande homenzinho que foi o Salazar... aquele que rapa os tachos:
“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!”
Pois, é isso... E acrescento:
Em Portugal nunca nada vale a pena, porque a alma só sabe ser pequena
Ena ena ena!
Xau vou emigrar
Minha Querida Sana:
Antes que se solte qualquer coisa para aqui, deixa-me agradecer o teu comentário. A tua opinião. Muito obrigado.
Não sei porque referes que vivemos numa altura em que nos querem fazer querer isto ou aquilo. Mas não é a nossa geração fruto disso mesmo? Presumo que fales acerca dos media. E eu tenho uma dieta mediática muito, mesmo muito restrita. Porque me cansei de dizer que já vi mais uma vez. Não vejo televisão já há alguns anos. Não tenho tempo, nem vejo qualquer interesse em o fazer. Fumo, mas televisão não vejo. Como sou urbano, como ando por ai e me cruzo com pessoas e informação, as notícias que tenho realmente de saber acabam sempre por chegar. Ou não. E, (talvez) por causa disso, muitas vezes antes do tempo.
Sempre ouvi disser "que naquela altura é que era", como sempre ouvi disser que se teve de lutar, de ocultar, de privar para defender no que se acreditava e sentia ser o melhor. Estudei. Vi filmes. Ouvi e perguntei. E sinceramente, acho que se tivesse vivido no Estado Novo teria frequentado a Mocidade Portuguesa e depois de reconhecer e conhecer o sistema e o seu funcionamento teria lutado contra a falta de Liberdade. Fosse ela qual fosse. Contra a censura pintava paredes. Um pouco como faço hoje. Em dia.
Eu, "que prezo" a Liberdade e a criatividade nacional, ao contrário da tua e de outras opiniões não me junto a nada. Para o bem e para o mal. Constitui uma forma diferente de ver e estar, mas minha querida, é a minha, e também não é a puta da novidade. E acredito nela. Não desperdiço energia com modas e partidarismos. Agora. Porque já o fiz. Quando era moço. Prostituir o neurónio tem muito que se lhe diga e descobri que chegado a um determinado ponto da vida, ou continuas continuando ou largas gosma no caminho. Eu largo. E criando permanentemente quero partilha-lo. Não é querido?
“Tu... deverias insurgir-te contra este tipo” disto ou daquilo parece-me um pouco imperativo da tua parte. Poderia disser ditatorial. Mas... lá está. A aculturação que já está debaixo da pele, diz-nos com aquela vozinha da professora do secundário, que não deu a matéria do ano todo até ao fim, que é depreciativo. Opressor. Ofensivo. Como fascista. Que palavrão do caralho! E o que foi? O que é? Porque é que é sentido de forma diferente de pessoa para pessoa? E qual a diferença e quais os porquês dessa mesma diferença? A curiosidade afia-me a criatividade. Em suma, eu revolto-me com o que eu quiser. Com tudo o que o macaquinho me deixar. Não com porque grito liberdade, mas porque a sinto em pleno em tudo o que faço com a minha incrível vida. Até morrer.
Depois, disses que eu me “juntei”. Se leres e analisares toda a informação que disponibilizei neste post, entendes de uma forma clara e inequívoca que já passaram quase dois anos desde que, por minha exclusiva vontade criativa, utilizei a imagem de Salazar com objectivos de criação de novos conceitos e perspectivas. Reciclando antigos ícones, valores, técnicas, amores e ódios. Ódios esses, que muitas vezes acabam por incorrer em fecho e opressão de informação baseada em tabus redundantes que mais não fazem do que repetir a história. Um exemplo. Li-o na revista Focus que tive de comprar numa bomba a norte na passada semana quando na capa li “Salazar POP”! A capa nada tem de pop, e gráficamente não trás nada de novo, mas a informação dessa reportagem informou-me de várias coisas que não sabia e me impressionaram. Como a história do estilista e criador de moda Nuno Gama. Parece que o garoto em 28 de Setembro de 1996 num dos seus desfiles, pôs o jeitoso e carérrimo Mark Vanderloo a passar uma t-shirt vermelha com uma foto (que podia ser bem mais catita) do ditador. E levou com ameaças de morte, com um incêndio no seu atelier, uma série de “azares” e a inviabilização de comercializar tal coisa. “Para Nuno Gama, ao propor aquela criação, que se integrava num projecto com imagens de outras figuras da nossa História (...) estava apenas a cumprir uma linha criativa que priveligiava os motivos nacionais. (...) “O criador explicou á Focus”(?) que “temos de dar valor á Liberdade” e através daquela proposta de moda “estava a apresentar ás novas gerações algo que devemos de conhecer e digerir para depois ter a liberdade de optar”. E fodeu-se. Muito á frente o Nuno. Espero sinceramente que esteja bem e que não continue a chover no Porto porque chegou a Primavera. A mim a vida tem-me corrido bem. E espero que continue a correr. Porque isto de pintar Salazares para abrir a pestana do transeunte não interessa a todos. Até já me avisaram. Mas se me acontecer alguma coisa depois eu aviso e as cartinhas seguem todas ao mesmo tempo. Como numa conspiração a sério. Esta é a brincar e não é para ser levada assim tão a peito ó Sana.
O Estado Novo e a liderança de Salazar não deve ser vista na perspectiva do séc. XXI minha querida. Não te podes esquecer que Salazar foi contemporâneo de Mussolini, de Hitler, de Franco de Estaline e de mais alguns (todos excelentes stencils), e de que como as monarquias absolutas ou o feudalismo, a ditadura constituía a forma de liderança de muitos países e das suas colónias. Isto não pode estar bem. Nem mal. Era assim. Foi assim. Aconteceu e é incontornável. Numa perspectiva, que me parece construtiva, acho que o Estado Novo do qual ainda sofremos tanta influência cultural, social e política deveria de ser objecto de investigação e análise por parte de esquerdas e direitas. E de forma central e imparcial, perceber o que foi bem feito e adapta-lo, bem como, o que foi mal feito e evita-lo. E se não ouvessem os compadrios do custume, provavelmente chegava-se á conclusão de que todos têm (ou deviam de ter) o mesmo objectivo: Trabalhar “sempre em prol e Portugal e dos interesses da nação”.
Viva Portugal!
PS - http://media.putfile.com/FMI
ouvir aos altos berros... abanar a cabeça a curtir o pop xula... e depois chorar ou isso
O link acima é o melhor e mais intenso input de informação que este blog já recebeu.
Um biscoito de oiro para todos os que falam em português.
Obrigado. Para sempre obrigado.
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e confesso: -Chorei.
"O verdadeiro defensor da liberdade, não pode usar as mesmas armas do opressor para julgá-lo, pois se o fizer, deverá ser ele próprio, dito defensor da liberdade, alvo do seu pretenso julgamento..."
teoria sobre a hipocrisia
Cheio de truques,
O meu comentário só se torna castrador para quem não o ler como deve, porque, tal como o seu nome indica, é um comentário a uma opinião q li e q não partilho. Não é falta de respeito por uma ideia diferente, pelo contrário. Por ser uma opinião que respeito é que quis comentar. Censura, como lhe apelidaste, é uma coisa totalmente diferente. Acho que sabes isso. Quanto aos ditos defensores da liberdade que falas com algum altruísmo, nenhum ser humano que não é livre e não se sente como tal poderá algum dia respeitar a liberdade dos outros e lutar por ela.
Compreendo que isto tenha sido um cartão vermelho ao que se viu desde então, até aos dias de hoje, mas não acho que, por muito insatisfeitas que as pessoas estejam, haja uma razão válida para elevar um homem que perseguiu e assassinou milhares de pessoas e que estagnou o desenvolvimento do país. A tua referência ao Comunismo Russo é inoportuna e nada tem a ver com o que eu disse. Não se trata de cores, trata-se de ideias. Se achas que eu só posso ter esta opinião se for uma acérrima defensora do comunismo é uma pena porque o resto do teu discurso mostrou-me, por momentos, um pouco mais que isso.
Esta tua teoria sobre a hipocrisia. Partilho-a.
Rui,
Não é que leve assim tão a sério isto... mas custa-me, nos dias de hoje, com o que penso e com o que sou, ver este homem ser considerado um grande português, o maior de todos. É só isso. O meu aparente descontentamento, é, mas também não é assim a luta de uma vida! Não estava com o meu comentário a tentar reinvidicar o que quer que seja. Mas li o teu post, e li-o todo sim, e quis comentar. A liberdade que o Salazar durante tantos anos reprimiu, dá às pessoas, hoje em dia, a oportunidade de se exprimirem a seu favor. Não é irónico?
O episódio do Gama. Desconhecia... Mas lá está. A minha perspectiva não vai contra a dele. Nada mesmo. Mas o que estava aqui em questão não eram as ideologias políticas, ou não deveriam ser. Era a eleição de um homem que fez mais por Portugal do que qualquer outro. E o Salazar, para mim, não foi esse homem. Não é esse grande português que ganhou.
Hoje (Re)Descobri José Mário Branco. Tirei tempo do meu tempo para o ouvir. O corpo chorou-se-me uma vontade voraz de gritar a Liberdade calada. Liberdade de um tempo que não vivi. Saudade do que não tive.
Democracia barata, aos três tostões ou euros, porque o dinheiro está caro e não queremos desiludir a Inflação, é o que nos tentam vender hoje.
Que Democracia será esta, a que tenta ditatorialmente impôr novos fundamentalismos aniquilando culturas e saberes orientais? Médio-Orientais.
Que Democracia é esta, a que tenta convencer-nos de que somos melhores quanto mais produzirmos; quanto mais nos contentar-mos; quanto mais nos dissecarmos e reduzirmos às 8h de merda intransigente e calculista manufactura???
Habito um Tempo em que um Ditador é aclamado e (re)eleito. Em que o seu mediatismo popularucho lhe permite a renovação dos votos político-religiosos, que atiram misséis como quem espirra uma Avé-Maria, qual Milagre da Aparição?!
Em que o pluripartidarismo não é mais do que uma fachada para a fantochada a que se devotam estes políticos que nos querem fazer crer que a augústia dos tempos que correm serve um propósito lógico, social, político-económico?! Palavras absortas. Mudas.
Que Democracia é esta que censura e turtura o pensamento ao limitá-lo às verborreias pseudo-democráticas a que assistimos, se quisermos(ainda!), nessa relíquia qúe é a televisão portuguesa?!
Que paralelismos precisamos mais para começarmos a ver, com o olhar atento e conciso, que isto a que chamamos Liberdade, é em si mesma uma alegoria, uma parábula mediocre que nos tentam imprimir na pele?!
Ok, ainda temos a Liberdade de escolha, e desculpem-me a limitação das palavras, mas até que ponto conseguimos integrar as nossas escolhas fora do leque da comunidade, no sentido em que co-existindo em sociedade temos de respeitar as regras sociais e antropológicas do tempo e do espaço a que pertencemos?!
Isto também é ponderação e análise histórica!
Mas (a) História faz-se todos os dias(dito por uma sábia professora de História, que felizmente não integra a categoria de confinação à sabedoria de liceu!?)e compete-nos então aos que restamos seres pensantes, reecrevê-la sem pudores, sem restrições, mas com a consciência humana apurada. Sem demasiados antropocentrismos, mas com os necessários. Sem teologias pré-fabricadas no momento. Sem teorias rebuscadas de macro ou micro-economias. Sem pretensões de atingir um regime de governação perfeito, pois para isso chega-nos a "Utopia" de Thomas Moore, onde a perfeição imaginada leva à descontrução de mitos.
Numa Era em que o imediatismo é a solução, em que o individualismo generalizado reina, em que os umbigos se auto-mimam em egoísmos parelelos, em que a cabeça serve mais para fazer penteados, em que a poesia foi proletada a uma literatura falseada, e em que os artístas são loucos devotados aos seus micro-cosmos, podemos então afirmar Liberdade?!
Não pretendo ser falsa moralista, nem bradar verdades absolutas. A vida assim ainda não me o permite. Por falta de tempo em mim. Mas vou bebendo dos saberes ancestrais. Das poesias do fim do dia, agora mais comprido, mas nem por isso menos frio.
Bebendo duma mundanidade anunciada, pois afinal é na Terra que os pés poisam e assentam a poeira. É então nesta Terra circundante que temos de buscar incessantemente a evolução, incluindo as suas próprias falhas. Pois os erros não servem só como desculpa ao ser humano, mas como passos à evolução agora meio estagnada. Mas avivada com estas discussões que servem para despertar o neurónio adormecido ou apático das drogas do dia-a-dia, não só as narcóticas como as subversivas e codificadas em cada comportamento humano alheio a uma constante transformação.
Ao José Mário agradeço o abalo anti-constitucional da consciência plebeia.
Ao Devir ou Devires, o espaço cibernáutico-realista que criou em si e para nós, em prole do acesso a uma percepção sub-textual em cada fotografia postada. Vivida. Respirada. Aerosolicamente inalada!
À Sana, a exposição da sua opinião, pois esse será um dos princípios básicos da Liberdade de Expressão. NÃO?!
Ao bisc8 o acesso a um momento anacrónico, em que o parar para Ouvir, Sentir e Repensar me permitiu esta (também) verborreia digital!
Mas como no meu corpo habita ainda a poesia como forma de expressão criativa e artística, aqui vos deixo um rasgo de Ary dos Santos, poeta de memória renovada a cada métrica sua relida...
Poeta Castrado, Não!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:
Da fome já não se fala
--- é tão vulgar que nos cansa ---
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?
Do frio não reza a história
--- a morte é branda e letal ---
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?
E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
--- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
--- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!
Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
José Carlos Ary dos Santos
E Viva (ainda) assim, a Liberdade de poder escrever. Em nós, e uns para os outros.
Poetas, Loucos ou Vadios, escrevamos, gritemos, cantemos, pintemos, e vivamos a Alma que não é assim tão pequena, ou não fossemos um país de esperança renovada, seja num Sebastianismo pendente ou num Salazarismo anacrónico e perverso.
E nas palavras de outro poeta
"(...)Não sei por onde vou
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí"
(José Régio)
Até logo Camaradas!!
"Aquele que nunca pecou que atire a primeira pedra"
ISto é bonito... e mais do que pouco, fica aqui muito bem!
Invocar a bíblia ao falar-se de Satan.. ops... Salazar! (trocam-se-me as letras sempre que me lembro de tudo o que li sobre o "Tóni" - triste esta proximidade criada no post...)
Pois eu já pequei... e se calhar, até mesmo por isso, apetecia-me agora atirar umas pedras!
É opressão? E censurar opiniões?!
Não meus amigos, é ser livre para fazer o quero.
Mas claro que estou em uso exagerado das palavras.
Não apedrejava ninguém, quanto mais chamava-lhes uns nomes.
E quem sabe, maluco e sem juízo, até juntava mais do que 3 amigos (sem risco de sermos considerados uma multidão em conspiração e ser levados por alguém) e lá nos íamos divertindo chingango quem defendesse o "Tóni"... (Porra que é mesmo triste!!)
Afinal já percebi!
É moda ser do contra, desestabilizar, dar uma de artista amante da liberdade e opinar sobre o quanto se é a favor dos tempos em que ser livre era uma mera utopia!
Aliás, torna-se mais fácil quando se cresceu livre e sem sentir na pele o que é essa castração. (palavras do meu pai! sábio homem este! E ai de quem ouse dizer que não...)
Caso não saibam, porque para mim é de televisão apenas que se alimentam as mentes que dizem que.. não a assistem!!!, estão para breve as eleições na FLL (Faculdade de Letras de Lisboa), e uma das listas concorrentes é liderada pela extrema direita!!! (Não é... LINDO!?!?!?)
Para quando um post de apoio a esta lista e à sua campanha?!
Chocados agora!?!? Ai é diferente?!?!...
Giro.. mais uma vez...
E mais, estrou esta semana na TELEVISÃO (tão criticada, mas MEU DEUS, tão importante), um programa de nome "Portugal - Um Retrato Social" em que se referiu, que as condições do país, apesar de ainda muita debéis, são incomparavelmente melhores do que há 30, 40, 50 anos. Há uma menor taxa de natalidade, mas uma qualidade de vida bem melhor!
E repito. GIRO!
E quantos são a entrar para a faculdade a comparar com aquele tempo... Epá... vai sair... GIRO!
E agora prontos para algo de verdadeiramente extraordinário?!?!?!
...
Sim?!?!
Cá vai...
Pela 1ª vez na história, Salazar ganha umas eleições de forma democrática!
E esta hein?!?
Esta?! É GIRA TAMBÉM!
Sana
Quem sou eu para achar, que as tuas ideias são por seres desta ou daquela cor, deste ou daquele partido...felicito-te pela coragem de seres LIVRE, pois também eu comundo dessa felicidade!
Apenas fiz o contraponto ao Comunismo da Ex-União Soviética para demonstrar, que apesar de opostos, estes dois extremos políticos tiveram na práctica (...porque na teoria é tudo bem diferente...), comportamentos semelhantes (Prisão, Perseguição, Tortura, Execução), logo não foram assim tão diferentes. Um defensor do Fascismo (e eu não sou!!!) pode ser excomungado, mas um defensor do comunismo (que na sua essência é impossivel de praticar) que a práctica demonstrou ser também ele castrador, deve ser louvado...?!?!
Cuba...porque fogem as pessoas??
Estados Unidos que se dizem defensores da Liberdade e são os maiores opressores e violadores dos direitos humanos!!
Quem os contesta?? É mais fácil criticar o passado, do que enfrentar o presente...pois este obriga a lutar, enquanto o outro, já está mais que enterrado, apenas os que não têm coragem para lutar por este presente, teima em o ressuscitar.
Deixo-vos com um verso de António Aleixo, poeta popular, não reconhecido por alguns intelectuais, talvez por em muito pouco dizer muito...
"Dizem-me que pareço um ladrão.
Mas há muitos que eu conheço,
que não parecendo aquilo que são, são na verdade, aquilo que eu pareço"
Peço desculpa por alguma falha de transcrição!!
Bem haja! E liberdade para TODOS!!!
...é isto que andas a fazer engasgado.
Arrepias-me...assanhas-me... sopras-me. thanks tank
e é curioso que num almoço, dissertando com a Ana e com os meus Avós, sobre a caracterização de uma Arquitectura a qual se chame de Portuguesa, contra a crescente construção tipo BMW (com muitos iiiii's e cavalos), a última a que pudemos assitir e na qual se pode ainda respirar foi a do Estado Novo... .. Alvalade... rocks.
Eu sei que todas as discussões são saudáveis e as conversas são como as cerejas e tal, e chega-se sempre a outros tópicos de interesse. Eu gosto de debater ideias. Muito. Mas sinceramente falta-me paciência para este tipo de discussão que parte de um programa de televisão para mim completamente acéfalo e improfícuo. O maior português??!?! Ora porra, podemos ser todos nós. Que raio de mania de pôr tudo em termos absolutos. Assim, de repente, o maior português pode ser o homem do lixo que sacrifica as noites para me deixar a rua limpa e evitar problemas de saúde pública. Pode ser, não pode? Também acho que sim.
Embaixador Almeida
mais ou menos...
O homem do lixo não "sacrifica as noites para deixar a rua limpa e evitar problemas de saúde pública"... sacrifica as noites para pôr comidinha no prato.
Devir, quanta coisa NOVA. Ótimos post. Comentários apaixonados! Abçs
Claro Bisc8. É óbvio que o fazem para pôr comida no prato. Afinal, e com excepção do trabalho voluntário, é o que a maioria de nós faz. Porém ao fazê-o não trabalham apenas por eles mas por todos nós. Porque todos acabam por beneficiar com o esforço deles em poder viver. Ou não?
Foi apenas um pensamento no colectivo. O saber valorizar o que cada um de nós contribui para a sociedade. E o facto de uma das coisas mais importantes ser usualmente desvalorizada. Mais nada.
«Salazar era burro BURRO e não tinha amigos!!!»
Puto Rui!
A beleza de andar por fora e' nao saber as grandes noticias que fazem o pequeno mundo Portugues.
Se Salazar e' ou nao o maior Portugues de Sempre, nao discuto, mas nao ha como discordar da grande influencia que teve e ainda tem no nosso Povo.
A meu ver uma influencia negativa.
Reconheco que devemos expor e dar a conhecer a historia, tanto as partes positivas como as negativas.
Reconheco tambem a importancia de ter Orgulho no que somos mas nao a qualquer custo.
Nao creio que Salazar se torne num bom exemplo a nivel nacional so' porque nao nos identificamos com os poderes da actualidade.yuri
Voaram 7 anos.
E numa leitura deste post e respectivos comentários chego a conclusões;
Mudei tanto. Sou outra pessoa.
Como não abandonar este projecto? Como continuar arrastando todo este peso e "gosma".
Compreenderam as pessoas que se muda? A leitura no presente de algo antigo condiciona de certo, deturpa a visão! Condiciona a liberdade da leitura!
Qual a importância do caminho que se fez? Será visto? Avaliado nas diferentes opções tomadas?
Ingénuo palhaço descobridor fora de pé ou só génio? Tão tanto só.
Só assumido posso progredir. Posicionar. Balizar. Abrir.
Perdoem-me o tom usado em demasias sem troco, perdão pelo vernáculo por reforço de... nada. Desnecessário.
Sigo com peso na leveza de o reconhecer. Mas sigo. Tem de ser.
Será.
Procura-se Abraço e verdade se é que exista.
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