30 de abril de 2015
28 de abril de 2015
25 de abril de 2015
Massa
Ser. Apoio. Teresa. Teresas. Afecto. Afectos. Análise. Visão. Celebração. Solidão. Saudade. Beijo. Flores. Busto. Peito. Canto. Maria. Conhecimento. Recomeço. Marias. Mãos. Reconhecimento. Corrente. Revisão. Liberdade. Libertação. Trabalho. Unidade. Preenchimento. Vida. Sol. Desejo. Nascimento. Percurso. Emoção. Circuito. Derivação. Cósmico. Dia. Harpa. Contacto. Voz. Toque. Matéria. Congregação. Nova. Celebração. Válida. Acção. Reunião. Entrega. Recepção. Alimento. Pulmão. Troca. Olhar. Integrar. Aceitar. Noite. Crescer. Partilhar. Fundo. Retomar. Respirar. Memória. Ligar. Eléctrico. Confirmar. Alma. Ausência. Distância. Aceitação. Passagem. Peça. Puzzle. Integração. União. Manteiga. Vôo. Pão. Transformação. Rir. Ir. Sentir. Vir. Chorar. Crescer. Consolidar. Voltar. Dar. Entregar. Reflectir. Crianças. Brincar. Cantar. Desenhar. Cor. Vibrar. Intuir. Chegar. Emanar. Toque. Sonhar. Acordar. Acreditar. Celular. Agradecer. Vento. Alto. Chuva. Fresco. Recomeçar. De novo. Abraçar. Amasso.
- PÃO -
...
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Lisboa, 10 de Abril. 1973
Querida Clara:
Bom dia. Desculpe-me não ter respondido
mais cedo e desde já agradeço os seus votos de melhoras. Uma caminhada na praia
e um mergulho de mar, evitaram a pharmacia.
Como me pediu, fui ter com o Rui «Devir»
ao seu atelier. Liguei, combinado. Fui lá, porta aberta, de fácil trato e com
uma delicadeza infantil deixou-me bastante à vontade passado tanto tempo de não
o ver.
Clara, nada fazia prever que em 2005 quando
começou a odisseia, se envolveria no universo de criação desta forma. Numa
vontade de descoberta plena, o Rui falou-me da integração do conceito de devir
na sua vida e trabalho. Andando às voltas pelo espaço, afirma conseguir
moldar-se e utilizar diversas técnicas e linguagens de acordo com uma
criatividade de comunicação tão necessária como comer. Um sonhador esfomeado.
Em primeira água, as várias experiências
plásticas expostas, levaram-me a crer que estava num espaço de trabalho
colectivo. Referi: - inconstante, indeciso e incoerente. Respondeu: -
expansivo, nutritivo, consciente e sim, incoerente, como a realidade que nos é
dada. Criados em diferentes momentos, os quadros respiram-no. Nenhum dia é
igual ao outro e a agenda comprova-o. Aponta que lhe interessam estéticas em
mutação que evoluem no sentir. Dinâmicas, no espaço e tempo interpretativo de
quem coabita com as obras. Considera-as entidades em mutação. Por isso têm um
nome derivado e integrado em processo e são transformadas até encontrarem quem
delas tome cuide. A sua nova vida. Abrupta separação de momentos conectados a
um fluxo. Apontei para trabalhos mais antigos e perguntei se sempre foi assim,
ao que me respondeu que sim, sem o ter presente. Só experimentando, analisando
o que faz, pulsando e vivendo processos de outros artistas o compreendeu.
Confessou não sair muito porque nunca está sozinho e referiu que nada substitui
a plasticidade e cristalização energética na matéria depositada num original.
Por isto, diz amar museus, todo o tipo de intervenção e manifestação artística.
Afirma gostar de tudo, que o foco da energia de criação manifestado em toda a
arte e natureza é válido e passível de leitura. Compreendendo-o, anulou a
palavra competição e prefere cooperação «porque tem dois ós».
Imagine; refere que somos gerações
difíceis de esquecer; que numa perspectiva histórica, iremos integrar uma
vivência que transitará do mecanicismo analógico para o digital microprocessado
e que nessa tremenda transição, uma profunda e veloz alteração da percepção da
realidade será imprimida. Os sistemas operativos, as relações, as emoções, o
próprio conceito de humanidade será alterado e acredita que seremos exemplos
bem estudados por futuras gerações. Disse-lhe que não compreendia do que
falava, bebeu água e sussurrou: responsabilidade.
Neste discurso, Rui pareceu-me estar entre
dois mundos. Fala sozinho e como uma criança, reclama baixinho que o amor é um
elemento por descobrir e o veículo para outro estádio evolutivo. "Ainda
agora começamos a andar. E caímos, estamos sempre a cair, em palavras que ecoam
substituições faltas ausências e programações alheias que nos afastam". -
Uns dos outros? Perguntei. - «Não, de nós mesmos e do todo.» Respondeu.
24 de Abril, afirma ser um bom dia porque
coincidiu com os milhares de vezes com que o nosso artista reverberou com a
palavra liberdade. Diz que nasceu em liberdade e que com ela seremos
amamentados.
Como prometido, segue no verso o convite
para PÃO - A exposição por Devir.
Mais uma coisa Clara. Convença a Teresa
para que vá consigo. Soube que está muito grávida mas considero que lhe virá a
ser útil ver o trabalho do Rui. Ela que leve a Constança pois gostava muito de
as ver, saber como estão e o que andam a fazer. Espero-as bem, envies-lhe
cumprimentos.
Sem mais, minha querida amiga, me despeço
com elevada estima e amizade.
Sempre Sua,
Eufémia
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21 de abril de 2015
16 de abril de 2015
14 de abril de 2015
13 de abril de 2015
Rio
Hoje é um bom dia. Na sequência da minha candidatura para a XVIII Bienal de V. N. de Cerveira, é com alegria que anuncio ter sido convidado a participar nos projectos de intervenção. Inauguração a 18 de Julho.
bienaldecerveira.org
11 de abril de 2015
10 de abril de 2015
Corpo Diplomático
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Magia
As máscaras são os mais comuns e os mais inquietantes
dos objectos, porque é da sua natureza afirmarem e negarem simultaneamente a
mesma coisa, esconderem e revelarem, serem secretas e regulares.
No Ocidente moderno, as máscaras ficaram reduzidas à crítica
social, centrando-se quase exclusivamente na relação entre indivíduos e grupos,
numa adaptação ao novo senso comum que excluíra a matéria a sua ancestral
dimensão imaterial.
Tradicionalmente, as máscaras equacionam a mundividência das
relações entre os sujeitos humanos e não humanos. Não se trata, portanto, de
uma encenação sobre o outro mas sobre a alteridade; trazem para o espaço
contido e controlado dos humanos a desmesura dos seres com os quais não
convivem, mas cuja existência é central na edificação de um pensamento que
estabelece relações de continuidade entre matéria e o espírito, entre o objecto
e o referente. Nesta ordem de ideias, as máscaras são os objectos referentes
por excelência.
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Colecção José Guimarães
Curadoria: Nuno Faria
Guimarães.
14 de Março de 2015
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