Miró no BPN? Não sabia, alguém sabia? Que foi um bom investimento foi. Ardeu a tenda e agora o Estado Português (que compreenda-se somos nós, portugueses), pretendem muito rápido encaixar uns 40 milhões de euros em troca de um espólio incalculável. É muito inteligente a manobra de mercearia. Até porque Lisboa não tem visitas nenhumas de turistas que procuram arte, nem edifícios nenhuns muito bem localizados a precisar de uma requalificação como um museu, nem um museu bem gerido tem qualquer tipo de retorno e cria postos de trabalho, nem as futuras gerações teriam acesso ao trabalho de um dos mais reconhecidos mestres de pintura do séc. XX e através do seu estudo e analise evoluir, nem se criaria desta forma uma ponte com a cultura espanhola, nem tudo aquilo que se sente na presença de 85 originais criados por Miró nos expandiria. Nada! Assim é mais fácil, bate-se o martelo em competição idiota, separa-se toda a colecção e aliena-se um trabalho de reunião de um espólio para a casa de anónimos investidores. E dá dinheiro, milhões. Cujo destino vai ser tão anónimo quanto os compradores e segue a dança safadinha.
Não é triste, a mim parece-me patético, esquemático, fraco e tão distante de um absurdo com o qual é impossível viver.Na sequência da notícia foi criada uma petição para tentar evitar este medíocre movimento do "Estado Português" que no próximo dia 7 de Janeiro de 2013 na Assembleia da República vamos todos ver no que vai dar.
Vou assinar de seguida porque a esperança ainda é verde, e é a última a morrer.
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=joanmiro
This is a serious case of alienation of the work of Miró property of the portuguese republic. Please help us to get more than 10.000 signatures in order to present it in the European Parlament.
HELP YOU!
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Ontem, dia 5 de Fevereiro o leilão foi cancelado. Na sequência da boa notícia deixei escrito na página da petição e endereçado ao Carlos Cabral Nunes, o seguinte:
"Que dia enorme. Carlos, parabéns, a nossa ginja saberá ainda melhor. Parece que, pelo menos e para já esta batalha está ganha. Pela força da mobilização ficou provado que as redes sociais e petições podem e devem ir para além do "carregar o mural" e ter uma funcionalidade decisiva e verdadeiramente democrática nos rumos de uma nação. Um momento importante e histórico. Ao contrário do que inicialmente pensava por tão mal habituado estar no encerramento de praticamente todos os processos relacionados com o que se passa com Portugal, conseguimos. E conseguimos todos! Hoje estamos conseguidos. Que se garanta que voltem as obras e que tenham a melhor das recepções numa base de gestão honesta, aberta e humanista. No presente e para o futuro. Viva a ARTE. Um Bem haja, muita luz e amor para Todos".
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Assim vamos.