23 de fevereiro de 2016

O Quinto Estado



- O Quinto Estado -
Painel - Interpretação do quadro «Il Quarto Stato». 1901 de Giuseppe Pellizza
Tinta de água, carvão, grafite e fixador sobre telas fixas entre si.
150 x 211 x 3 cm

Painel "O Quinto Estado" realizado para a mostra OИAMUH na Sagrada Família.
O quadro que deu origem a este exercício remonta a 1901 e é da autoria do mestre italiano Giuseppe Pelliza (da Volpedo). A ideia de fazer um exercício de interpretação deste quadro vinha de longe, foi maturando e teve de Ser. Conjugou-se um desejo que acendeu a vontade de querer ver por não ter visto. Saiu, entrou.
Mas: - O que tem este trabalho a ver comigo? O que tem um painel realizado a carvão que foi um dia árvore a ver com um local como Lisboa no século XXI? O que acrescenta ao contexto uma reprodução monocromática de uma obra do século passado? Obra feita ou em processo? Estarei com falta de criatividade, cansado, consumido ou sem cor que me assista? Será este mais um elemento votado ao esquecimento ou um passo consumado em direcção a: tudo? Nada? Superar o quê, quem, como, eu? Superamos-nos? Êxodo ou Volta? Estética verborreia ou erudita paleta? Actual, banal ou o piropo bacanal? Fazer grande para vender caro ou mergulhar solvendo? Necessidade ou compasso de espera? Esperas-me? Humana tendência recalcada de agradar ao próximo ou desejo inflamado de auto descoberta consumado consumindo-me? Frágeis perguntas ou sólidas respostas? Sublime processo, saudade abraçada, terna solidão que garantida tanto gosto. 
Ponto de fuga: tu.

Alfama. Lisboa.
Dezembro, 2016







20 de fevereiro de 2016

Esquisso



Amiga - Viste este mesmo aqui ao lado? Castanho apastelado, tipo mouse acaramelada?
Paulinha - Hmmm Humm...
Amiga - Não sabe a nada! Parece água gelada do Pacífico demasiado pacífica não achas?
Paulinha - Geleuhhmmm...
Amiga - Falta "punch"! Aquele signette! Vôo de águia! Pumbas colorido, toque moderno, tipo cena de cena né!??
Paulinha - Lhhehummmm..
Amiga - Cena cénica, não cínico! Era uma série tipo dança do Japão tropo conceptual topas?! O abracinho é fofo... Mas aquilo está incompleto! I n c o m p l e t o! É chungamericano. Tu não achas???
Paulinha - Pomada chilliiiii! ...
Amiga - Kê Paula??? Tu estás bem???
Paulinha - A integração do quadro azul denota aumento de pressão da estrutura da composição pelo movimento; os bustos denotam pesquisa dessa mesma dinâmica além de assinalarem claramente que contemplar é diferente de ver e ver diferente de olhar, o painel é um enorme grito nesse ponto de fuga. Nós, o observador.
Amiga - ...tipo... tipo! Sim, não. Tá-se bem! E quem é que se preocupa com isso?? Não chegando, não existe mensagem! Tipo! É um processo de comunicação falhado. Uma seca!
Paulinha - Tequilla com sal e limão ou bum-bum?



19 de fevereiro de 2016

MM07


MM07 

Fevereiro 2016
142 x 173 cm
Retalhos de algodão, ganga e veludo sobre madeira



Cresci no meio dos trapos.
Muito puto, eu e a minha irmã brincávamos entre retalhos, rolos de tecido, papel vegetal, texturas, padrões, linhas, agulhas e alfinetes com a som das máquinas de costura da minha avó Luísa sempre presente. Talhava no corpo, provava com uma delicadeza enorme, desenhava e criava peças de roupa. Costurar com o amor de quem adora o que faz e por isso faz bem.

Vinha de longe a ideia de utilizar têxtil na concepção de um trabalho. Criar com têxtil. Usar diferentes texturas e padrões de retalhos na criação de uma obra com recurso a desenho, stencil e corte foi a ideia que me assaltou na reunião com a Retro Lisboa. Vi ser possível e imaginei o processo. Engoli a saliva e conclui-mos que me podiam fornecer os materiais e de que a reutilização, sobretudo de peças danificadas de ganga, era a abertura de um precedente e um sinal inequívoco de que tinha de o fazer. Fiz. E é com orgulho e algum alívio, que, depois de quatro semanas de desenho, testes e provas, corte e colagem, MM07 é uma realidade, faz parte da família Retro e constitui mais uma possibilidade de comprovada criação.





***







Agradecimentos ao projecto Retro, Shanon e Esther pela delicadeza e confiança.
Dedico este trabalho à memória da minha avó Maria Luísa.

10 de fevereiro de 2016

La Tienda



Tienda para Lys. Norte e Sul
 Dezembro. 2015





Oeste

3 de fevereiro de 2016

A Relíquia



Um espaço que não existe, uma observadora que pode existir e um corpo por acontecer.





A Relíquia 
66,3 x 30,3 cm
Acrílico sobre telas fixas entre si.
Série Devir 2014

1 de fevereiro de 2016

Lisboa, Menino e Moça



Intendente
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