2 de agosto de 2015

Pietá







Pietá (nº2) foi realizada em Lisboa, entre Novembro de 2014 e Janeiro 2015 sobre tela com as dimensões de 50.0 x 60.0 cm usando acrílico, tempo e cinza.  O quadro esteve exposta na galeria/atelier Manteigaria aquando da minha exposição individual denominada como -Pão- integrando o corpo de trabalho apresentado.








Este trabalho teve como ponto de partida as várias reproduções de Pietá e durante a fase final da sua concepção ficou escrito:
«Na contrariedade, Pietá encerra também uma intenção de reencontro. Tem desejos de bálsamo de dor. Intenções de humanidade e compaixão. Pietá é antagónica na sua génese. Porque um pai não deve não pode não é suposto perder um filho. Anti-lógica por contra-natura. Mas acontece. Os desastres teimam em acontecer.  A incompreensão teima em matar. A esperança não matará. A minha representação de Pietá, ao contrário de uma exploração da dor, da carne ferida, da personificação de Cristo e Maria em exploração da dor da perda, é em passo ponte de onde outro imerge inerte indo, onde num momento um dia nasceu. A unicidade entre Pai e Filho, entre Amor e Vida.
Foi-me entregue, foi o que emanou ser na liberdade de um processo único; entreguei. Libertou-se. Libertei-me. Consegui.
Grato, imenso.


Olival, 24 de Março. 2015.»



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