14 de dezembro de 2010

Silêncio


Final da manifestação Anti-Nato
Praça do Comércio
20 Nov. 2010

Foi estranho este dia. Não estava frio muito menos calor. Atrasados, descemos a Avenida e controlados gritava-mos. Nos restauradores dançamos. Bebemos canta-mos. Sempre muito bem observados pela segurança afiada e "fotografos" que eram metade de quem se manifesta descemos rarefeitos para o Rossio onde se bebeu gritou e também fumou. Por ali é muito central e as fontes muito típicas e fomos arrebanhados para a Rua Augusta que também gritou, tocou jambê e bateu castanholas. Desaguaram-nos na Praça do Comércio e já sem folgo nem união apesar da roda foi tudo disperso pelo sábado á noite.Portugal jogou com Espanha e até ganhou.
O momento era de luto. Continua a ser. Está a ser neste mesmo momento. E até quando terá de continuar a ser? Enervam as questões sem resposta. São imprevisíveis. A ausência de eco devolve solidão e assusta. É uma arma poderosa o silêncio. Para a próxima, e vamos ter outra porque em Lisboa é tranquilo, entregarei violentamente o meu silêncio, calma e civísmo de encontro ás forças de intervenção.

Ficou estranho este texto. Como o dia.